Secretário de Habitação, Flávio Amary, diz que mercado no interior paulista 'tem mais estabilidade'. Além de Amary, equipe da TV TEM recebeu representantes do setor em evento online e com transmissão ao vivo.
A pandemia do novo coronavírus mudou a rota da economia no mundo e todos os setores precisaram se adequar ao atual momento. O setor imobiliário seguiu produzindo, mas com regras mais rígidas, necessitando se adaptar para comercializar os imóveis e manter o isolamento social.
De acordo com empresários do setor, o ano tinha tudo para ser o melhor para construção civil, mas a crise sanitária provocada pela Covid-19 trouxe perdas.
Efraim Horn, co-presidente da construtora Cyrela, diz que a empresa apontava bom crescimento nos primeiros meses do ano. "Imaginávamos que ia ser o melhor ano de nossa história. Em termos de rentabilidade, de lançamentos e de venda. De repente, o mundo apertou uma pausa", diz.
"Se a situação permanecesse até o final do ano, a gente ia atingir 15% do planejamento do ano. O que deveríamos atingir em um mês, ia levar 12 meses para atingir. Uma situação muito ruim em termos de crescimento e vendas", completa Horn.
Mas, por outro lado, os reflexos negativos foram menores na região sudeste do país porque as obras não pararam.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a construção civil, nos primeiros três meses do ano, registrou saldo positivo de 45 mil postos de trabalho, mostrando que o setor formal manteve atividade.
Conforme o Flávio Amary, secretário estadual de Habitação, a linha de produção da construção não parou.
"Assim como as outras indústrias, as empresas do setor de construção mantiveram a sua rotina, obviamente respeitando o afastamento das pessoas de mais idade, das pessoas com problema de saúde. A indústria da construção continuou operando, o que foi muito positivo para a manutenção do nível de emprego, assim como outras 79 atividades econômicas do estado de São Paulo", comenta Amary.
O CEO da Pacaembu Construtora, Wilson Amaral, reafirma a superação do mercado imobiliário. "A gente conseguiu manter o emprego, conseguiu não sair da rota que a gente tinha planejado. E isso, desde o primeiro momento, nos obrigou a sermos muito cuidadosos com nossos protocolos. O setor lidou bem com isso."
O momento vivido em tempos de pandemia mostra novos cenários para o futuro, como comenta Amaral. "Acho que no futuro, [mercado imobiliário] virá combinado com outras técnicas de vendas. Acho que nunca mais será a mesma coisa. Isso vale para tudo. Muita empresa está repensando a sua forma de operar", diz.
O déficit habitacional do estado de São Paulo é de quase 1,2 milhão de moradias, segundo a secretaria da habitação.
E com a taxa Selic alcançando um dos níveis mais baixos da história, de 3%, e as taxas de juros mais baixas oferecidas pelos bancos para aquecer a economia, o setor ganha fôlego.
"O interior tem menos volatilidade, ele cai menos na crise e sobe menos na Bonança. Ele tem mais estabilidade, o mercado do interior. Todo o empreendedor imobiliário não pode se abater em um fato, por mais grave que seja, e as coisas vão passar, vão melhorar, e a gente sempre tem que ter uma visão de longo prazo na indústria imobiliária pelo ciclo longo que é a produção habitacional, a produção do produto imobiliário. Por isso que o empreendedor e o investidor imobiliário, com a visão de longo prazo, tem que ser otimista", completa o secretário de Habitação do estado.
O encontro entre o secretário Flávio Amary, o co-presidente da Cyrela, Efraim Horn, e do CEO da Pacaembu Construtora, Wilson Amaral, ocorreu durante o Webinar da TV TEM, nesta terça-feira (2), que também contou com a presença do presidente da TV TEM, Stefano Hawilla, da diretora geral, Renata Afonso, e da jornalista e mediadora Andrea Beron.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2020/06/03/encontro-virtual-discute-cenario-do-mercado-imobiliario-no-interior-de-sp-durante-a-pandemia.ghtml
